Na Igreja sempre se entrelaçam o mistério, a comunhão e a missão. Nunca se deve ocultar alguns destes aspectos da única realidade fundada por Jesus Cristo. Sabendo que a esta Igreja são essenciais três dimensões: a dimensão eucarística, já que “a Eucaristia faz à Igreja e a Igreja faz a Eucaristia” [1], a dimensão mariana, já que Jesus encomendou à Maria: “Eis aí tua Mãe” (Jo 19, 27); e a dimensão petrina, porque Ele disse:

Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja  (Mt 16, 18).

Amemos à Santa Mãe Igreja que gerou, gera e gerará filhos de “quem não era digno o mundo” (Hb 11, 38), colossais de santidade, titãs de virtude, campeões da fé, gigantes da caridade. Que a exemplo deles perseveremos até o fim: “Pela graça de Deus sempre professei a religião católica romana e com sua graça espero morrer nela” (Santo Tomás Mors, mártir) [2].

Fidelidade à Igreja

Digamos uma e outra vez:

Senhor, amo entranhavelmente a Vossa Igreja,
Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana,
porque sua Cabeça invisível é Jesus Cristo, nosso Senhor,
porque a Santíssima Virgem Maria é seu fruto mais esplêndido,
porque os Santos de todos os tempos a embelezam,
porque brilha resplandecente através dos séculos,
pelo valor dos Patriarcas,
pela fidelidade dos Profetas,
pela fé dos Apóstolos,
pelos sofrimentos dos Mártires,
pela firmeza dos Pontífices,
pela prudência dos Bispos,
pela sabedoria dos Doutores,
pela fortaleza dos Confessores,
pela entrega total dos Sacerdotes,
pela pureza das Virgens,
pela temperança dos Penitentes,
pela audácia dos Fundadores,
pelo testemunho dos leigos santos,
pela doçura dos monges contemplativos,
pelo silêncio dos eremitas,
pelo esplendor dos Reis Santos,
pela veemência dos pregadores,
pelo zelo apostólico dos missionários,
pelo sacrifício dos enfermos,
pela nobreza dos mendicantes,
pela lucidez dos educadores e catequistas,
pela paciência dos perseguidos,
pela humildade dos que obedecem,
pelo fervor dos convertidos,
pela abnegação dos militantes,
pela inocência dos que vivem sem pecado grave,
pelo arrependimento dos pecadores,
pela simplicidade dos que vivem como crianças,
pela confiança dos que se abandonam em Vossas mãos,
pela constância dos que perseveram até o fim,
pela generosidade dos que doam,
pela alegria e o amor dos santos de todos os tempos.
Por tudo isso e muito mais, amo, Senhor, a Vossa Igreja,
Una, Santa Católica, Apostólica e Romana. Amém.


[1]  Cf. Santo Agostinho, Contra Faustum 12, 20: PL 432, 265.
[2] A Caminho do martírio pediu aos presentes que «rogaram por ele e testemunharam com ele que agora sofria a morte ali, na fé e pela fé da Santa Igreja Católica» (Testemunho de Margaret Roper em: Chambers, Tomás Moro, Ed. Juventud Argentina, Buenos Aires 1964, p. 352).