A finalidade pela qual nos empenhamos é dupla: uma finalidade universal, pela qual buscamos a Glória de Deus e a salvação das almas (as nossas e as de nossos irmãos), praticando, especialmente, as virtudes que mais nos fazem participar do aniquilamento de Cristo[1]; e uma finalidade específica, pela qual comprometemos todas as nossas forças para inculturar o Evangelho, ou seja, para prolongar a Encarnação em “todo homem, em todo o homem, e em todas as manifestações do homem”[2], de acordo com os ensinamentos do Magistério da Igreja[3].

Finalidade comum

Como todo Instituto de vida consagrada, tanto religioso como secular[4], temos um fim universal e comum[N1] , queremos seguir mais de perto a Cristo sob a ação do Espírito Santo, para que entregues sob um novo título à sua glória, à edificação de sua Igreja e à Salvação do mundo, consigamos a perfeição da Caridade por meio da profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência. Deste modo[N2]  desejamos permanecer unidos de modo especial à Igreja e ao seu mistério[5].

Natureza e Finalidade

“Desejamos permanecer unidos de modo especial à Igreja e ao seu mistério.”

Finalidade específica

Tendemos também a uma finalidade própria de todo instituto de vida religiosa, ou seja, a consagração total de nossa pessoa, manifestando a união admirável estabelecida por Deus na Igreja, sinal da vida do Céu. Isto é manifestado pelo fato de que formamos uma família[6], emitimos votos públicos e vivemos uma vida fraterna em comum; o testemunho público que devemos dar leva consigo um afastamento do mundo[7], já que, para viver segundo o Espírito Santo, necessariamente devemos nos separar do espírito do mundo: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece” (Jo 14,17).

Finalidade específica e singular

Queremos nos dedicar à evangelização da cultura, ou seja, a trabalhar para “transformar com a força do Evangelho: os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras, os modelos de vida da humanidade”[8]; “para que estejam imbuídos da força do Evangelho os modos de pensar as normas de ação”[9], pois não podemos esquecer que o Concílio Vaticano II assinalou que: “O divórcio entre a fé e a vida diária de muitos deve ser considerado como um dos mais graves enganos de nossa época”[10] e isso se deve em grande parte a que

o mundo “foi se separando e diferenciando, nestes últimos séculos, do tronco cristão de sua civilização”[11], e isto o conduziu a uma descristianização da cultura.


[1] Cf. Fl 2,7-8; Perfectae Caritatis, 5.
[2] Cf. Paulo VI, Ecclesiam Suam, 23-24.
[3] De modo especial: Gaudium et Spes, 53-62; Evangelii Nuntiandi, 20; Catechesi tradendae, 53; etc.
[4] Cf. Código de direito canônico, Normas comuns a todos os Institutos de vida consagrada, 573-606.
[5] Cf. Código…, 573.
[6] Cf. Código…, Dos Institutos religiosos, 607-709.
[7] Cf. Código…, 607.
[8] Evangelii Nuntiandi, 19.
[9] João Paulo II, Constituição Apostólica Sapientia Christiana, sobre as Universidades e Faculdades Eclesiásticas (15/04/1979), 1; L’ Osservatore Romano (03/06/1979), 7.
[10] Gaudium et Spes, 43.